Quem foi Azevedo Sodré



ANTÔNIO AUGUSTO DE AZEVEDO SODRÉ
(1864-1929)



Azevedo Sodré, filho do fazendeiro Coronel José Paulo de Azevedo Sodré e de D. Cândida Ribeiro de Almeida Sodré, nasceu em 13 de dezembro de 1864, na Fazenda Caboclo, no município de Maricá (Estado do Rio de Janeiro) e faleceu a 1º de fevereiro de 1929, no sítio em Quitandinha, Petrópolis/RJ.
Formou-se em Medicina, em 1885, pela Faculdade de Medicina da Província, com tese sobre métodos de tratamento da sífilis. Embora tendo 21 anos, inscreveu-se para ser professor da Faculdade. Não foi, porém aproveitado, apesar de ter tirado o primeiro lugar, porque o consideraram “criança demais para ser professor”. Realizou o concurso seguinte, obtendo mais uma vez o primeiro lugar e assumiu o cargo, regendo com brilhantismo e dedicação por 39 anos.
Azevedo Sodré foi médico da Real Beneficência Portuguesa e Santa Casa de Misericórdia, em 1887. No mesmo ano fundou a revista “Brazil Médico”, Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, durante muitos anos o principal periódico médico do país.
Em 1889, casou-se com D. Luzia Sales, neta do Visconde de Mauá e do Barão de Irapuá. Coube-lhe debelar iminente epidemia de cólera, que conseguiu impedir que ultrapassasse o Vale do Paraíba (onde surgira o primeiro foco) e, depois, extinguiu-se totalmente. Nessa época era Secretário da Diretoria Sanitária.
Dedicou-se ardorosamente à reforma do Ensino Superior, o que lhe valeu a designação para uma viagem de estudos a Paris, de onde trouxe valiosas contribuições para o sistema educacional brasileiro, inclusive a ideia de instituir o regime universitário.
Delegado do governo brasileiro para negociar a Convenção Sanitária com os governos da Argentina, Paraguai e Uruguai, conseguiu livrar o Brasil da vergonha e do prejuízo que representavam as “quarentenas” exigidas por aqueles países, a todos os navios (infestados de febre amarela) que tocassem no Porto do Rio. A quarentena foi substituída por severa inspeção.
Em 1911 foi escolhido para Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, em 1915, tornou-se Diretor da Instrução Pública, no Distrito Federal, do qual, um ano depois, viria a ser Prefeito, por indicação do Presidente Wenceslau Brás.
Como Diretor da Instrução Pública, criou o Serviço Médico Escolar, a merenda nas escolas, as Associações de Pais e Professores, reformulou o Currículo da Escola Normal (hoje, Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, antigo Instituto de Educação), dando-lhe características que melhor se adaptavam à profissão a ser seguida pelas futuras mestras. Criou a Escola de Aplicação, com o objetivo de proporcionar a pratica imediata das noções aprendidas.
Como Prefeito do Distrito Federal, atacou o problema da comercialização da carne, pondo carros especiais da Central do Brasil no transporte do produto. A “carne verde”, quando Azevedo Sodré assumira o posto, era vendida mais de trinta e seis horas depois do abate, sem refrigeração.
Até hoje persistem traços da infatigável atividade de Azevedo Sodré. Foi ele quem instituiu as feiras livres, com a finalidade de permitir o contato direto do lavrador com o consumidor, eliminando os impostos encarecedores. No terreno dos impostos, projetou a criação de um imposto único territorial.
Renunciou ao cargo de Prefeito quando não foi aceito o orçamento municipal que propusera. Depois de ter sido Deputado Federal por duas vezes, faleceu em 1929.
Deixou numerosas obras científicas que lhe proporcionaram o respeito internacional, entre elas: “Lições de Patologia Intertropical”, “Saneamento no Brasil”, além de suas contribuições sobre beribéri e difteria, para a “Grande Enciclopédia Médica Norte-Americana” e sobre febre amarela (com a colaboração de Miguel Couto) para a “Enciclopédia Nothnagel” de Berlim, e para o “Tratado de Medicina de Roger Vidal e Teissier” de Paris.
De Azevedo Sodré, disse Afrânio Peixoto: “Grande professor, grande clínico, grande escritor, grande educador, grande em tudo”.



( Fonte: arquivo pessoal da E.M.Azevedo Sodré)



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