segunda-feira, 27 de maio de 2013

JORGE, sempre AMADO


Em 2012 comemoramos o centenário de nascimento do escritor que melhor descreveu o Brasil (para nós e para o mundo), em todas as suas matizes, contrastes,  geografia, pessoas e costumes.

Baiano de Itabuna, Bahia, nascido em 10 de agosto de 1912, é com certeza o escritor que mais trouxe jovens e adultos ao hábito da leitura.

Jorge foi um escritor popular, não por produzir obras fáceis, mas por incorporar em suas obras  uma profunda identificação com o Brasil e o povo brasileiro. O ciclo do cacau, as fazendas do norte e nordeste, o candomblé e as misturas de religiões, o cotidiano de cidades como Ilhéus, Itabuna e Salvador, a latente sexualidade e racismo disfarçado do povo brasileiro, fizeram de seus textos um autêntico testemunho de uma época.

E havia muita coragem: seus personagens eram pobres, negros, crianças abandonadas,  exilados da seca. Abordava temas políticos e tabus sociais; escreveu sobre o comunismo em uma difícil época de repressão. Foi deputado federal pelo Partido Comunista, o que lhe rendeu um exílio em 1947. Abriu mão da formalidade estética e se aproximou da cultura de massa com uma narrativa simples e fácil.

Falecido em 06 de agosto de 2001, nos deixou um acervo de mais de 36 títulos editados em mais de 55 países,  traduzidos em mais de 49 idiomas, e adaptados para cinema, teatro e televisão.

Neste vídeo da “Rádio Mania”, produzido por alunos de uma escola de Fortaleza, Ceará, você fica sabendo um pouco mais da vida e obra deste ilustre brasileiro:



Como definiu o escritor Mia Couto, “Jorge Amado não escreveu livros, escreveu um país”. Em novembro, a E.M. Azevedo Sodré prestou homenagem a este grande escritor, desenvolvendo o Projeto “Jorge, sempre Amado”.


"JORGE, sempre AMADO"



O que é que a Bahia tem?

    Bahia a terra de todos os santos, todos os ritmos, todas as raças, tribos, cores... Lugar que sustenta todos os ritos e mitos, onde encontramos diversas expressões folclóricas ostentando a riqueza do imaginário popular. Rodas de Samba, Puxadas de Mastro, Capoeira, Maculelê, Ternos de Reis, Bumba-meu-boi, Afoxé e tantas outras colorem, animam e exibem a fé inabalável do baiano por toda a capital e interior. Um mosaico de festejos e celebrações às crenças de origem africana, indígena e portuguesa, ao tempero singular da baianidade.

     A Bahia e seu filho ilustre, Jorge Amado, foram retratados no nosso projeto. Vamos conferir este lindo trabalho?


Jorge, só descansando...

No tabuleiro da baiana tem...


Na Bahia tem Samba, Maracatu, Capoeira, Olodum...





Obras de Jorge Amado


    Jorge Amado escreveu muitos livros para adultos e apenas dois para crianças. O gato malhado e a andorinha Sinhá, por exemplo, foi escrito para presentear o seu filho, que completava um ano. A ideia de escrever A bola e o goleiro nasceu porque o escritor era apaixonado por futebol. 


“O temperamento do gato malhado não era dos melhores. Sua fama de encrenqueiro era tanta que, quando ele aparecia no parque, todos fugiam. Ao descobrir que todos os bichos tinham medo dele, o gato fica arrasado. Mas logo retoma sua indiferença habitual, pois não se importa com os outros.
        O que ele não sabia é que havia alguém que não tinha nem um pouco de medo dele: a andorinha Sinhá. Num dia de primavera, o gato percebe que ela foi a única que não fugiu quando ele apareceu. A andorinha justifica sua coragem: ela voa, ele não.
Com grande lirismo, a história do amor de um gato mau por uma adorável andorinha assume neste livro o tom fabular dos contos infanto-juvenis. Além de se transformar em um improvável caso de paixão, a narrativa mostra como duas criaturas bem diferentes podem não apenas conviver em paz como mudar a maneira de ver o mundo.”

Turma 1101 lendo trechos da história


                                                                Turma 1501 encenando a peça adaptada


    “Conhecido pela alcunha de Cerca-Frango, o goleiro Bilô-Bilô era de uma incompetência espantosa debaixo das traves. Jogava num time fuleiro e, já no começo da carreira, colecionava os apelidos mais vexaminosos: Mão-Furada, Mão-Podre, Rei-do-Galinheiro.
    A bola Fura-Redes, por sua vez, era a alegria dos artilheiros. Fazia gols olímpicos, de efeito, de letra, de placa, de bicicleta, de folha-seca. Seus apelidos eram enaltecedores: Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal. Ela estava no auge, cotada até para ser a bola oficial da Copa do Mundo.
    Acontece que Fura-Redes se apaixona pelo frangueiro Bilô-Bilô e passa a fazer de tudo para cair nos braços do amado. O desastrado goleiro conhece então a glória dos estádios e se torna o ovacionado Pega-Tudo.
    Com bom humor e romantismo, A bola e o goleiro mostra que dois seres com vocações opostas podem reconhecer a beleza de quem é diferente - e até se deixar conquistar por isso”.


Turma do Projeto Aceleração encenando a peça adaptada


E na culminância do projeto, não poderiam faltar as personagens mais famosas de Jorge Amado!


Gabriela, cravo e canela e Seu Nacib:



Tieta do agreste:



Dona Flor e seus dois maridos:



E como disse um outro baiano, o Mestre Caetano Veloso:

 "Atrás do Trio Elétrico, só não vai quem já morreu..." Lá lá fomos nós, com abadás e tudo, pelo "Circuito Azevedo-Sodré".

E, Viva Jorge Amado!!!




Assista ao vídeo do projeto: